
Nos Seminários já realizados, promoveram-se interações entre os professores, por meio de dinâmicas e debates referentes aos processos de ensino e de aprendizagem dos estudantes com deficiência, visando ao planejamento e à execução, em sala de aula, de atividades adequadas às turmas, nas quais há estudantes com deficiência, público-alvo da pesquisa em Educação Especial.


Em todos os encontros houve muitos momentos de reflexões e trocas de experiências com os professores participantes no decorrer das atividades propostas.
Um dos momentos marcantes é a plenária que ocorre após a reflexão sobre a simulação da dinâmica “Se eles fossem como eu”. As palavras mais citadas são: impotente, envergonhado, dependente e tristeza. Isso mostra como é difícil trabalhar com estudante com deficiência, com autoestima baixa, sendo considerado um dos fatores que mais afeta diretamente a aprendizagem deste estudante.
Outro momento marcante é quando da reflexão sobre a afirmação “Vencer o medo é construir o novo, aceitando e vivendo pacificamente com as diferenças” (LOBO, 2013). A primeira palavra citada quando desta reflexão foi conhecer. Isso leva a entender que para o medo é preciso conhecer esse novo. E para isso, é necessário mudar as concepções.
Já outro momento muito marcante ocorre quando se questiona “Qual foi sua primeira reação ao saber que teria estudante(s) com deficiência em sua sala de aula?”. Medo e insegurança. Medo e insegurança por não ter tido formação na área de inclusão e também uma formação continuada adequada para poder trabalhar com esses estudantes em sala de aula regular.
Além disso, no decorrer das atividades onde é abordada a diversidade em sala de aula, os professores pontuam sempre que o grande desafio em trabalhar na Educação Inclusiva é o saber lidar com a diferença, pois fomos sempre ensinados a tratar as pessoas de forma homogênea. Cada estudante e sua individualidade em aprender não podem ser ignoradas no processo de ensinar e aprender. Dependendo de toda essa diversidade, o planejamento dos professores deve ser flexibilizado e adequado a atender a todos em sala de aula. Neste planejamento, o professor deve utilizar-se de diferentes estratégias e instrumentos para atingir a todos em algum momento de sua prática.
Durante a atividade “Guia do Cego”, onde os professores precisam vendar os olhos e andar pela escola, é feita a pergunta: “Como se sentiram sem poder enxergar?” A maioria responde que é muito difícil ficar sem enxergar, é um sentimento desesperador, mas o interessante é que se você não tem um dos sentidos, os outros ficam mais aguçados, principalmente a audição e o tato.
Quanto aos estudantes com deficiência, o relato de uma professora mereceu a reflexão dos demais participantes. Em um dos planejamentos, a professora propôs aos estudantes que realizassem uma pesquisa de campo sobre as descendências que havia na cidade. Entretanto, a estudante com deficiência física se negou a participar, alegando não ter vontade de sair da escola. Inicialmente, atribuiu-se esta atitude ao fato de a mesma ter dificuldades para caminhar. Porém, em outra atividade, realizada em sala de aula, com o propósito de desenhar um destaque do livro “O Extraordinário”, ela também não quis participar. Com base nisso, pode-se entender que, por mais que o professor se empenhe em adequar suas práticas, para que todos os estudantes consigam desenvolver suas aprendizagens de forma interativa, haverá ocasiões em que algum estudante do público-alvo da Educação Especial não estará disposto a participar ou interagir.
Pode-se entender, também, como é importante trabalhar em conjunto, com vivências, trocas de experiências e reflexão sobre propostas de mudanças necessárias, que favoreçam a flexibilização das ações educativas em prol da diversidade e de uma Educação Inclusiva com qualidade.